Brasil, 1994.
Nas manchetes dos grandes jornais todo o alvoroço das
notícias sobre política, esporte (seleção brasileira é tetracampeã mundial –eba!,
Ayrton Sena morreu – snif!), troca da moeda nacional e ali, numa cidadezinha do
nordeste baiano, sem nenhum flash ou glamour da imprensa, e fora da lista de ‘nascimentos’
da Wikipédia, aos 20 dias do mês de Abril daquele ano nascia a primeira filha
do jovem casal Ginalda e Rosival. Era ela Kelly Cora Coralina Macedo dos
Santos.
Calma! Explico o porquê do nome: Cora Coralina (pseudônimo
de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889 – 1985) foi uma poeta goiana
admirada por meu pai, sendo assim, este quis fazer-lhe uma homenagem, e minha
mãe queria “Kelly” acho que só por achar bonito mesmo. Ao ir me registar, por
não terem chegado num consenso, meu pai acabou por colocar os três e a dona do
nome que se virasse depois pra aprender a escreve-lo. Falo brincando, na
verdade, gosto muito desse nome! É diferente... como eu!
Criada no evangelho, aprendi que Deus é tudo que tenho,
único que, mesmo que eu não mereça permanece Fiel, que não tem amor, mas que é
o próprio amor (é também justiça).
Essa sou eu: brincalhona, extrovertida, seletiva, ciumenta,
orgulhosa, dengosa (até demais), ignorante – é que de tanto apanhar, uma hora a
gente aprende a bater – sabendo a hora de ficar séria e a hora de sorrir, a hora
de buscar e a de ficar quieta. Sincera ao extremo – se não quiser saber, não
pergunte – várias em uma! Costumo me definir com uma frase de Clarice
Lispector: “Sou assim como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte
como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar”.
Hoje, às 18 primaveras, depois de perdas dilacerantes e
felicidades estonteantes, aprendendo a conviver com a dor da saudade, me
encontro em terra estranha, grata a Deus pela conquista de poder cursar numa
Universidade Estadual na qual passei em 3° lugar entre tantos. Através disso busco além da minha própria realização profissional e
pessoal ser o orgulho de minha família (pelo menos dos mais próximos) sendo a
primeira a ingressar numa faculdade e conseguir um diploma de nível superior.
A ideia é essa, é ser a flor que leva bom aroma por onde
passa, sorrisos aos que choram, paz aos que se cansaram. Foi assim que aprendi,
aos trancos e barrancos, apesar de todos os defeitos tento sempre dar o meu
melhor, e ser melhor, não para os outros, mas para mim mesma, afinal, sou a
única pela qual vale a pena mudar.
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